
Segundo Homero Manede, gerente de Produtos e Serviços da MAN Latin America, para que as peças tenham a maior vida útil possível é sempre necessário que o caminhoneiro e o frotista sigam todas as instruções da fábrica contidas no manual do proprietário e no manual de garantia. As aplicações de peças originais especificadas pelo fabricante possuem maior durabilidade e garantia do fabricante. Soma-se a isso seguir corretamente o plano de manutenção preventiva, realizar as manutenções na rede de concessionárias, a qual possui profissionais treinados e capacitados pelo fabricante para a correta aplicação dos componentes originais, garantindo assim a maior vida útil dos componentes e do caminhão.
Homero Manede explica que nos últimos anos houve uma grande evolução no desenvolvimento dos componentes, com a introdução de novas tecnologias, tanto no projeto quanto na pesquisa e aplicação de novos materiais e novos processos de fabricação. “Ocorreu o uso de novos materiais plásticos de alta resistência em substituição ao aço e ao vidro, além de novas ligas metálicas e tratamentos superficiais que aumentaram a vida útil de peças sujeitas a desgaste, como por exemplo: componentes internos de motor e engrenagens”.
O grande vilão na diminuição da vida útil dos componentes é a falta de manutenção, ou mesmo a manutenção inadequada do veículo e utilização de peças não originais. Estes fatores contribuem não só para a diminuição da vida útil dos componentes e sistemas, mas também do veículo como um todo. Além do mau uso do veículo, ocasionado por falta de orientação do motorista ou mesmo algumas práticas inadequadas, como a utilização de carga acima do especificado para o modelo, má distribuição da carga nos eixos e uso de lubrificantes e combustíveis inadequados ou contaminados.
Nem milagre
Carlos Banzzatto, coordenador de Serviço e Suporte Técnico da Volvo, lista vários componentes importantes em um caminhão. Um dos que sofrem mais desgaste é sistema de freios, por ser bastante utilizado em diferentes situações durante uma viagem, principalmente porque no Brasil existe uma condição topográfica bastante diversificada. “A sua durabilidade está diretamente ligada à maneira de condução do motorista e a qualidade dos componentes utilizados”, diz Banzzatto.
Outra peça que costuma sofrer desgaste é o sistema de embreagem, por dois motivos. O primeiro é a utilização do veículo em condições extremas, incluindo grande quantidade de manobras com o caminhão carregado e excesso de carga transportada. Já o segundo é diretamente ligado ao motorista, cujo treinamento para condução é fundamental.
Também é muito importante estar atento ao desgaste de componentes de grande porte, como motor e transmissão. Neste caso, é necessário seguir os intervalos de manutenção e as trocas de óleo indicadas pelo fabricante, o que garante uma maior durabilidade.
Banzzatto dá uma dica: para preservar o sistema de freios, é necessário explorar bem os recursos que os veículos dispõem, como a utilização do freio motor VEB, condução na faixa de torque econômico e utilizar componentes de boa qualidade. Também é preciso verificar frequentemente as regulagens entre a carreta e o cavalo-mecânico. Normalmente, o cavalo-mecânico possui catracas com regulagem automática e a carreta apenas tem catracas manuais. Portanto, o desbalanceamento entre a carreta e o cavalo pode provocar um desgaste prematuro das lonas de freio.
Nos postos de combustíveis é importante estar atento ao serviço de verificação e regulagem das catracas oferecido durante um abastecimento, pois o correto balanceamento é fundamental para a durabilidade dos freios.
Em caminhões com caixa de câmbio mecânica, para preservar o sistema de embreagem é necessário realizar as trocas de marcha nas faixas de torque corretas para que haja o perfeito sincronismo entre o motor e a transmissão. Também é importante não pular marchas, arrancar na marcha incorreta ou ainda conduzir com altas rotações, pois qualquer erro na troca de marchas pode causar grandes danos na embreagem.
“Evite também conduzir o veículo com o pé na embreagem e não segure a alavanca com a marcha engatada”, explica Carlos Banzzatto.
Os grandes componentes, como motor e transmissão, foram os que mais evoluíram. Exemplo dessa evolução são as atuais potências disponíveis e o aumento da capacidade de carga transportada. Há dez anos, os veículos rodavam em média 100 mil quilômetros por ano. Hoje, facilmente rodam 200 mil quilômetros. O avanço tecnológico, ao mesmo tempo em que trouxe mais potência, também aumentou a resistência e a durabilidade dos componentes do veículo. Um dos fatores que pode encurtar a vida útil de uma peça é a utilização de peças e componentes do mercado paralelo ou de origem desconhecida e muitas vezes de baixa qualidade. Este procedimento pode comprometer a eficiência e diminuir a durabilidade do componente substituído e das demais peças ao redor. “Além disso, o motorista ainda corre o risco de fazer paradas não planejadas durante a viagem, o que tem um custo imensurável. Ou seja, é o famoso ‘barato que sai caro’”, diz Carlos Banzzatto.
Outro fator decisivo no quesito durabilidade é o treinamento dos motoristas em condução econômica. A relação entre motorista e caminhão é cada vez mais dependente, portanto, investir em pessoas e em treinamento é fundamental para a manutenção do veículo.
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