O frango caipira virou artigo de luxo nos dias de hoje. Com sabor e consistência diferenciados, o frango criado ciscando no terreiro das fazendas está cada vez mais difícil de achar.
Em Pirassununga, a dona de casa Olívia D’Avila, de 81 anos, vai a uma feira realizada há 20 anos no bairro Redenção e não encontra mais o caipira. “Ele tem uma carne mais firme. Você faz refogado e ele não desmancha, amolece, mas não desmancha. E o sabor é outro”, diz.
O feirante José Cláudio Corseti explica que o frango ficou raro por causa do custo de produção. “Fica muito caro formar um frango hoje. Depois que entrou esse de granja, com 40, 50 dias, ele forma rapidinho. O caipira vai levar de cinco a seis meses para ficar pronto.”
A cidade de Porto Ferreira, famosa pelos artigos de cerâmica, é lar de um dos poucos criadores de frango caipira. No quintal de casa, Paulo Juliano Graciano cria cerca de 60 animais, de raças variadas. “Tem a índia, a poedeira vermelha, a carijó...”, conta.
O criador diz que criar as galinhas é como cuidar de gente, com atenção para evitar o stress. Em vez de ração, elas comem o que ciscam no chão e milho. Todo esse cuidado tem destino certo: a panela. Alguns Graciano vende para amigos, mas a maioria é consumido em casa. “A tradição continua. Se meus filhos gostarem, a tradição vai continuar.”
Assinar:
Postar comentários
0 comentários:
Postar um comentário